O que somos nós?

Da morte, pois, me acerco em passos lentos

Ao corpo inerte e frio estendido ao chão

O bafo fétido do além se aproxima

E com ele a decomposição

Os ossos desnudos, a pele sem cor

Um cheiro pútrido invade o ar

Insetos asquerosos se banquetearão

Com a carne que agora começa a apodrecer

A visão grotesca da morte me invade

E a melancolia toma conta de mim

Pois a vida que já pulsa não mais existe

E a beleza da carne se desfaz em pudim

De nada adianta chorar ou lamentar

Pois a morte é algo inevitável

Mas o pensamento de abutres saciando-se

Da carne putrefata, é algo indescritível

A alma que outrora habitou essa carcaça

Agora encontra-se em outra dimensão

Enquanto o corpo que já foi tão belo

Se transforma em lodo e repugnação

Fundiu-me com a terra, tornei-me um com ela

O que sobrou, se dissipou ao vento

Memórias se esvaíram e se foram

E no fim, o que somos nós?

Que triste é pensar na finitude humana.

Bruna Senhor
Enviado por Bruna Senhor em 09/06/2023
Código do texto: T7809686
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.