Tão triste foi o momento.
Quando a conheci com as mão geladas
Espalmada e entrelaçada no peito
Com uma pele linda.
Que mais parecia porcelana,
Imóvel em um sono eterno.
Anjos voam no infinito
e choram pela eternidade
ao ver todo sofrimento,
Que acabara calando...
Tamanha a beleza morta,
Que podia ver a paciência,
Que tanto lutou encontrar,
Para outros viver,
Enquanto esquecia de
também querer...
O rosto sereno refletia a paz
Um leve sorriso que nunca se via,
O cabelo que lavado brilhoso,
Nos lábios, um brilho timido,
No ar guerra entre pecado
Ou perdão...
Purgatório ou Paraiso
E ela ali,
imovel sorrindo,
bela e fria!
Era a mulher morta
mais bonita
Candura na paz
da renda branca
Que a cobria...
Triste será não ouvir
a história,
Que a morta enterra
consigo.
Mais fácil é supor o
herói e o bandido
De quem chora,
com culpa...
De quem chora,
com saudade...
De quem está,
triste pela decisão,
De quem engana,
tristeza e sorrir
pelo alívio de um problema.
Conheci uma morta tão bela,
Que dialogou com a minha tristeza...
Me fez ter pena
de mim tão viva
E quase Triste pela
morte e vida
Que reflete na contemplação
Das emoções,
De quem fica.