Um bêbado viu sua vida passar aos olhos

Eu destravei todos os meus limites,

Escrevi tudo o que eu conseguia,

Idealizei os amores possíveis,

Embriaguei-me do cálcio da existência,

Acertei mil erros, e no erro, perdi-me.

Nem só de vinho sangrei na avenida:

Embora fui nostálgico e bebum,

Nas antigas memórias pueris

Bebia uma inocência tão simples;

Sustentava brinquedos e meus doces.

Dormi e dum dia pro outro envelheci.

Senti dentre meus ossos e no fígado

Um aperto no peito atenazado:

Era a morte, e a sombria morte veio…

Aguardei sua chegada angustiante.

Perpetuei nos goles de lembranças

Resquícios dos desejos genuínos:

Voltar a reles criança mais bonita:

Sem erros, sem os acertos perdidos.

Tardei! Voltei com o molde da vida:

Morte, fria e perpétua dona morte.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 02/04/2023
Código do texto: T7754895
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