Intrinsicamente Truncado
E eu estou nas suposições de intimidade
Como se apresentasse uma casa
A quem sempre quis demoli-la
Atraindo lenços brancos sem piedade alguma
Meus véus são ambivalentes ou ambidestros
O que a ocasião solicitar, o que a morte garimpar
Este itinerário é a autópsia de um cisne
Uma beleza moldada entre alumínio e parafina
O limo continua a persuadir o silêncio
Teus dentes, teus ganhos, teu ouro, teu deus
Todos eles ressentidos com o espetáculo de Gaia
A faminta que seca máquinas em retaliação
Exigir simultaneamente a vigília e o luto
Como se velar um corpo fosse necessário
Ter a esperança que cada uma das coroas de flores
São ingenuamente provas de amor
Minha mortalidade sonha anzóis
Nada se cumpre, o esquecimento é algoz
Entretanto, armadilha ao culpado
Pois teu telhado é um vitral ao outro
O pretérito é uma matriosca
Se alimentado de incertezas
Eterno fio de cobre sob o tecido
Acesso as asas de querosene
Sem êxito ao impasse, cada vocábulo o herda
O substitui a pele, a herança, a dívida
O absoluto incompreensível fora necessário
Para tal criatura tardar suas cobiças
Idealizar exílios, identificar metais
Um túnel que foge ao alcance da vontade
Aparentemente, desenvolvem-se um espaço
Uma não-sincronicidade capaz de caber a saudade