Encontro com a pantera
Caminhei pelo vale da morte,
Sobrevivi ao medo da pantera,
Na dor, reconheci-me ser forte,
Cujas provações amansei a fera,
Senti no corpo, na alma o corte,
Do arranhão no peito... cratera...
Para alguns, uma maldita sorte,
Para mim, a herança d’uma era.
*
A temível deixei pelo caminho,
Contudo, nas noites de quimera,
A perversa surge em escarninho,
É mais um encontro com a fera...
Nessa hora que em fé me alinho,
Com Deus numa forte atmosfera,
Rogo, diante da coroa de espinho,
Que meu repouso seja primavera.