O último refúgio é o coração
Não existe céu depois da terra
Não existe um caldeirão depois do sopro frio da morte
Não existem asas depois do lamento
Não existe eternidade depois do fim
Apenas o coração que ainda bate
E carrega as memórias de quem se foi
E chora em silêncio, depois de sorrir para si mesmo
E vem o sentimento de perda constante, de ausência absoluta,
de quem preencheu dias e lacunas
Apenas o coração que ainda bate
E guarda com amor quem já se foi
E que tenta se lembrar de momentos e carinhos
Do cheiro da pele no quarto vazio
Apenas o coração, último refúgio
Até que ele pare para sempre
E o espírito quente se una à escuridão eterna