Teorema de vida e morte
No meu quarto,
À noite, a inspiração se mostra
Evasiva pelas letras que elaboram
O luto do poema.
A pressa revela-se fugaz
Quanto à inquietude
Na nossa vida.
O nosso tempo escasso
É nossa indiferença perdida.
Não há um pensamento sequer
Para dizer o indizível
Existente.
O cantar do galo
Quebra instantaneamente
O exprimível
No poema.
E neste papel branco e mudo,
Não há nenhum teorema
Que demonstre o norte
Para morrer a vida
Ou viver a morte.