Adeus para um irmão...
Me perdoe,
por toda essa dor;
imensa, incontrolável,
não merecida,
invencível.
Somos crianças,
perdidas,
sozinhas,
confusas,
desprotegidas,
abandonadas,
mergulhadas em caos,
em sangue, em dor.
Ah, essa dor,
como pode ser assim tão forte?
Como pode ser assim tão invencível?
Eu não o olho!
Não posso encarar essa face!
Se o fizer eu desabo.
Já estou caindo...
Mas não conseguirei me reerguer desta vez.
Então permaneço ao seu lado.
Em silêncio,
como sempre estive,
como sempre estarei.
Mas agora você se vai...
Espero que toda essa dor tenha de fato
enfim terminado para você.
Que possa haver luz,
que possa haver alegria,
que possa finalmente haver paz.
Ninguém as merece mais do que você.
Eu permaneço,
inerte,
mergulhada no caos,
na dor e em silêncio.
Nada mais parece existir.
Apenas isso: dor, caos, silêncio.
Deveria ter sido possível!
Te proteger...
Mas tantas coisas deveriam
ter nos sido possíveis...
Mas não foram!
Incontroláveis, invencíveis,
nos derrotou afinal.
Que toda sua solidão,
que todo esse sofrimento,
que possam enfim se transformar em paz para você.
Que exista algo além...
Perdão,
Adeus.