A Transformação da Morte

Através do tempo materializado

em memórias calculistas sobre trajetórias

dilaceradas histórias, paixões, credos

Incluindo a própria matéria de encontrar um fim

no início das asas da borboleta

se rompeu o casulo do passado

É preciso ser larva, enclausurada

aceitar ser transformada, metamorfoseada

em nova cor, novo tamanho, para criar asas

e alçar voos distantes e proveitosos

encontrando em cada alimento uma maneira de saciar

a sede interminável de morte

Os capítulos escritos pela foice sobre a terra

determinam que o que se foi

não era mais pra ser e nem ficar.

Se foi, feliz e tragicamente…

O incômodo aguçado pode trazer muitas lágrimas

ao mesmo ser, por isso, é preciso mudar, destruir e recriar

Todas as águas quentes derramadas

de um rosto envergonhado de mágoas

que não eram de si

culpando a derrota intitulada de más impressões.

Mas o que de fato nos pertence?

O tempo pode nos presentear

de modo que isso nos machuque e acarrete

em mais perdas que o esperado

Mas talvez isso não seja o fim.

Seja apenas a perda do que já não acrescenta

abrindo caminhos para um renascer.

Destravando portões para a entrada

de um novo ser. Sem ser o mesmo

Com sede de esperança

aliada à morte da derrota.

(@luapinkhasovna) e (@augusto_r001)