Todos os dias

Ocorrem encerramento de rotinas

Desencanto de planos

Memórias de "eus " de outros anos

E um esquecimento a cada esquina.

Não se trata de relembrar como uma bobina

No pretérito imperfeito não se usa panos

É a temporalidade dos insanos

De se encaminhar ao que alucina.

Todos os dias decretando enterro aos momentos

Às oportunidades bem ou mal apreciadas

E ao florescer do sentimento.

E para cada uma dessas jaz velada

Saboreia-se às memórias e relento

Como desejamos que sejam lembradas.

Todos os dias há renascimento

Fruto de um semear da morte

Sucessivos e breves cortes

Até o legítimo esgotamento.

Marcel Lopes

08/09/2022