Entre Atos
Golpes que empalam
Facadas e machadadas
Quando lenhas acabam
A fogueira até fala
Admitindo com raça
Quão doce é esse corte
Um sinal dessa força
E o instante da morte
Mirando o tronco
Sua tristeza bate
Corto-lhe e espanco
Espedaçando por partes
É linda sua destruição
Com tudo que derramas
Fogo fará sua danação
E o início da minha calma
Como amo partir-lhe em dois
Abandonar-lhe em pedaços
Replantar suas mudas depois
Coletar-lhe em meus braços
A lareira te espera
No desespero deste frio
Como a brasa que lhe incinera
Sinto me quente e bem vivo