Inexistência
Hoje eu me matei
Só por algumas horas
Engoli dezenas de comprimidos
E desceram com álcool pela garganta
Deveria ter sido para sempre
Mas durou tão pouco tempo
Minha inexistência fria
Que ninguém notou
Que eu morri, por algumas horas
E do outro lado era suave e quente
Como uma tarde na grama de verão
E eu abri de novos os olhos, para o agora gélido
E antes eu tivesse engolido algo mais
Veneno amargo ou um eficiente projétil
Escolhi o jeito mais fácil
Quem sabe da próxima consigo o sucesso
Acordado pálido ainda atordoado
Que eu sirva de exemplo
Cuidem dos seus, antes que eles desistam.
Eu já desisti há muito tempo.