Vindo Das Cinzas

 

Do pó ao brilho a transcender,
Do morrer ao renascer,
Do fim ao recomeço adiante,
Do passado ao instante...

A fênix renasceu das cinzas
como eu que me via em ruínas
e transcendi reencontrando-me ao sondar a fumaça
que exalava do meu corpo em plena brasa.

A culpa me enclausurava no passado.
A agonia incendiava um eu amortificado
sem forças por olhar tanto para fora com mais valor
em detrimento do meu mundo com menos cor.

Foi assim por anos e anos a fio
sem conseguir me dirigir pelo rio,
mas de certa forma, renasci e me encontrei comigo mesma
percebendo a vela, mesmo que discreta, ainda acesa.

Eu precisei de coragem
porque encarei de vez a sondagem
inundada pelo fogo para o observar à espreita
e para o vivenciar dentro de mim, dilacerando-me, sendo refeita.

Do carvão e do pó, eu percebi
a minha força que me preenche aqui
não havendo nada agora que possa derrubá-la,
desde que fui, com o passar da terapia, transformada.

A fênix ressurgiu
como o sinal de vida sentiu
percorrer minha alma
que agora se encontra em calma.

Calma por poder ser ela mesma, sentir seja a angústia ou a alegria,
seja o desejo ou o amor com sintonia,
mas não é mais sentida a depressão porque me despedi de uma relação comigo mesma
mais apagada repleta de violência, culpa, vergonha e impaciência numa venda.

A angústia, a tristeza e a solidão foram aceitas
porque senão, como passar por dificuldades sendo eu mesma?
Respeito meu momento em toda a dimensão e possibilidade.
Eu me olho como fênix, para as cinzas de onde sai e para a minha verdade!

Verdade essa que me vejo podendo
da empatia e da auto empatia usufruir percorrendo
uma pessoa que está num constante processo,
mas que já se conscientizou do seu poder e esmero...

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 09/12/2021
Reeditado em 13/03/2023
Código do texto: T7403550
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