Meu epitáfio
Quando me for quero versos sobre mim
Não quero modestos vá em paz
Tampouco descanse em paz
Quero alegria, quero meus feitos
Cantem sobre meus malfeitos
Quero risos, quero trapalhadas
Das coisas ridículas, frívolas,
Amores e dissabores,
Regadas a gargalhadas
Quando me for não chorem
Pois não estarei aqui para brigar
meus amigos e companheiros
De bar
Eu vou porque é minha hora
Vou embora, mas permaneço
Enquanto for lembrado, vivo
Enquanto esquecido, pereço
Quero ser lembrado pelas coisas
Ditas que sequer as recordei
Dos conselhos desperdiçados
Das falhas dadas, dos dizeres atravessados
Fora de hora, de tom e de compasso.
Quando me for lembrem-se de quem sou
Não deixarei de ser, agora morto, estou
E posto isso, não poderei mudar o que sou
Apenas fui, e daqui em diante serei isso