Aos pés da cama

Era noite fria, e lá estavam meus olhos fitos,

A acariciar seus velhos e enrugados pés

De pensamentos tristes

Falava-lhe calmamente deles...

A expressar sabedoria sorriu,

Apenas um leve movimento,

Com o cante de sua boca,

Como se dissesse, que já sabia!

Era madrugada, de um dia de lembranças!

Colocando-me aos seus pés, aqueles velhos pés;

Com lagrimas a falar e me desculpar!

Por ausências e tristezas que lhe causei,

Num instante suas mãos acolhem as minhas

Tremulas e afetivas a cobrem

Simbolizando amor, meiguice e sacrifício

Sons, apenas de lagrimas a escorrer

Era dia de olhares, Forte olhares,

Na qual me recordava de caricias e afagos

De brigas e desamparos, de desilusão e solidão

Em memória de mim mesmo me senti imundo

Mas a sua mão sempre estava ali para me amparar

Então os sons de lagrimas se tornaram lamentos de dor

Lhe pedi perdão! Com lagrimas, embora sorria,

Como Cisto respondeu, perdoado está!

Era este o dia, dia de despedidas

Como amigo me aproximei, mas como prostituta te troquei

De semblante desfalecido, em tristeza sepulcral, lhe abracei...

Sussurrando disse que me amava

De dor meu peito ardia,

Pois meu mais nobre amigo, a dor ali o consumia

Em ato desespero e dor, Clamei! Por que senhor?

Sentado aos pés da cama, com o silencio apenas fiquei...

Era dia de dor e que dor imensa,

Cujo grudado em suas mãos fiquei.

Aí que dor é essa, dor que me destrói e me consome.

Sentado ali a te olhar aqueles velhos olhos a fechar

Sentindo seu folego a faltar em desespero a ficar,

Mas de repente seus olhos se abrem a lacrimejar,

Em tom singelo no olhar fitou-me a chorar

Dizendo em despedida, obrigado, por estar aos pés de minha cama a me acompanhar!

Ed Martins
Enviado por Ed Martins em 29/11/2021
Código do texto: T7396119
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