Aos pés da cama
Era noite fria, e lá estavam meus olhos fitos,
A acariciar seus velhos e enrugados pés
De pensamentos tristes
Falava-lhe calmamente deles...
A expressar sabedoria sorriu,
Apenas um leve movimento,
Com o cante de sua boca,
Como se dissesse, que já sabia!
Era madrugada, de um dia de lembranças!
Colocando-me aos seus pés, aqueles velhos pés;
Com lagrimas a falar e me desculpar!
Por ausências e tristezas que lhe causei,
Num instante suas mãos acolhem as minhas
Tremulas e afetivas a cobrem
Simbolizando amor, meiguice e sacrifício
Sons, apenas de lagrimas a escorrer
Era dia de olhares, Forte olhares,
Na qual me recordava de caricias e afagos
De brigas e desamparos, de desilusão e solidão
Em memória de mim mesmo me senti imundo
Mas a sua mão sempre estava ali para me amparar
Então os sons de lagrimas se tornaram lamentos de dor
Lhe pedi perdão! Com lagrimas, embora sorria,
Como Cisto respondeu, perdoado está!
Era este o dia, dia de despedidas
Como amigo me aproximei, mas como prostituta te troquei
De semblante desfalecido, em tristeza sepulcral, lhe abracei...
Sussurrando disse que me amava
De dor meu peito ardia,
Pois meu mais nobre amigo, a dor ali o consumia
Em ato desespero e dor, Clamei! Por que senhor?
Sentado aos pés da cama, com o silencio apenas fiquei...
Era dia de dor e que dor imensa,
Cujo grudado em suas mãos fiquei.
Aí que dor é essa, dor que me destrói e me consome.
Sentado ali a te olhar aqueles velhos olhos a fechar
Sentindo seu folego a faltar em desespero a ficar,
Mas de repente seus olhos se abrem a lacrimejar,
Em tom singelo no olhar fitou-me a chorar
Dizendo em despedida, obrigado, por estar aos pés de minha cama a me acompanhar!