Se Minha Alma Partisse Amanhã
A ânsia da glória, o dolorido afã
(Alvares de Azevedo)
Parte I
Um Sorriso Tirado de uma dor
Não espero por glórias
Não espero reconhecimento
Só espero realizar meus sonhos
Ver um sorriso, um alento
Ver as pessoas sorrirem
Através de minha poesia
Adentrarem num mundo
Puros sonhos e fantasia
Ver as pessoas sorrirem
Através de minha dor
Deste pobre poeta apaixonado
Que não consegue realizar o amor
Isso não tem preço!
Um sorriso tirado de uma dor
Quem ama a rosa suporta os espinhos
Para sentir o perfume da flor
Minha mãe de saudades morreria, se eu morresse amanhã
(Alvares de Azevedo)
Parte II
Se Minha Alma Partisse Amanhã
Minha mãe choraria profundamente
Profundas lágrimas, não doce afã
Minha família de luto ficaria
Se minha alma partisse amanhã
Meus grandes amigos, eternos
Lembrariam de mim em plena manhã
Meus amigos de luto ficariam
Se minha alma partisse amanhã
E as moças que amei (em especial a “minha” musa)
E as moças que amaram-me (e não tiveram meu afã)
Se lembrariam de mim (chorariam por mim)
Se minha alma partisse amanhã?
Não quero lágrimas, quero sorrisos
Minha partida não será vã
Quero sim, flores! Em minha lápide
Se minha alma partisse amanhã
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
(Alvares de Azevedo)
Parte III
Quando meu corpo descansar em paz
Minha alma almeja
No céu morar com Deus
Minha alma deseja libertar-se
Voar ao universo, aos céus
Quero encontrar lá no céu
Jesus Cristo e teus pés beijar
Pedir perdão pelos meus erros
E pelas pessoas da terra orar
Quero abraçar Maria, José e os apóstolos
Quero dialogar com os cristãos
Orar junto com os mártires
Abraçar, no paraíso, todos os irmãos
Meu espírito ao lado dos anjos
Os mistérios de Deus contemplar sempre mais
Minha alma a orar pelas minhas cinzas
Quando meu corpo descansar em paz...