66°
Peço desculpas ao Belchior
Ele é um sujeito de sorte
Eu não, ele já morreu
O meu momento se aproxima
Não sei quando, mas em breve
Ninguém vive para sempre
Não tenho essa maldição
Eterno é a nossa imaginação
Criamos nossos deuses
Somos reis da ilusão
Da narrativa mítica nasceram
No silencio sumiram
O poeta e o menino
Belchior e a canção
De sujeito de sorte
A alucinação
Um dia eu parto
E poucos lembrarão.
Otreblig Solrac - O poeta burro