A RASGA MORTALHA

Francisco de Paula Melo Aguiar

Voava em vão a Coruja, em vão voava...

E como esse voo agourento estava absorto?

Em que nem ela via que voava alto e torto.

Para um funesto fim que lhe aguardava.

Assim ela quis matar e matou quem a matava...

Sugava, a fome, inata, natural aborto.

Como assim é o desejo que nasce morto.

Semelhante à liberdade da alma escrava.

Nada é por caso, mais de seiscentos mil faleceu...

Só no Brasil varonil morreu e o voo exausto venceu.

Pela Covid-19, cadafalso um verdadeiro holocausto.

Que impinge o desejo do palanque louco e nefasto.

Infelizmente é assim o homem que corre em sua sina...

Da frustração por não saciar o que pensa que domina.

Patíbulo em forma de pandemia, abandono e carnificina.

É o drama humanitário onde tudo é pouco e extermina.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 08/10/2021
Reeditado em 08/10/2021
Código do texto: T7359061
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