A Cela
No lugar em que estou agora...
Pela janela vejo o cinza do céu lá fora
Por esta fresta que entra claridade
O último pingo de bondade
Pinga.
Me deixa arrefecer
No frio que aumenta dentro
Da cela que se tornou o meu ser
Pela janela dos meus olhos
Não vejo mais o sol nascer
Pela abertura de minha boca
Não consigo mais nem a água beber
Entre as linhas que costuram a minha fala
Nem o sangue pode escorrer
Secam todos momentos
Perde a cor, os movimentos
Parado,
Só me resta morrer.