A Cela

No lugar em que estou agora...

Pela janela vejo o cinza do céu lá fora

Por esta fresta que entra claridade

O último pingo de bondade

Pinga.

Me deixa arrefecer

No frio que aumenta dentro

Da cela que se tornou o meu ser

Pela janela dos meus olhos

Não vejo mais o sol nascer

Pela abertura de minha boca

Não consigo mais nem a água beber

Entre as linhas que costuram a minha fala

Nem o sangue pode escorrer

Secam todos momentos

Perde a cor, os movimentos

Parado,

Só me resta morrer.

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 05/10/2021
Código do texto: T7357192
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