Crepúsculo

Sepultado... Eis que jaz ao seio da terra

Esta alma do poeta que um dia entoou,

As letras rabiscadas e que agora findou,

Suas inspirações e que a morte encerra...

Chega o crepúsculo feito um véu a cobrir

A campa derradeira neste fulgurante pó,

E minh’alma pranteando tão somente só

Enquanto vem o ocaso esta campa cingir...

No ardor da minha admiração profunda,

Murmuro –Adeus! Pois nesta vala funda,

Sua voz emudeceu, com a morte se calou!

Descerá a noite sobre a campa encerrada...

E sem viva alma, o sereno da madrugada,

A campa molhará como lágrima que restou!