O banquete dos vermes

A mórbida noite tece o fado
Que imola a carne dura e fria
Devora a vítima o seu pecado
Assim que doira a luz do dia

Na laje de pedra é encerrado
Em restos um corpo desvalido
O banquete tosco esfomeado
De cada verme empedernido

E como se fora a tal castigo
Já condenada em vida errante
Foi gozar núpcias num jazigo
Tomar a morte como amante

Deixa para trás a sina fausta
Segue adiante uma nova lida
Ressuscitando a alma exausta
Pra atormentar-se noutra vida.

Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 25/09/2021
Reeditado em 25/09/2021
Código do texto: T7350436
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