HOMEM AO MAR

Não sou um náufrago

Eu que me lancei ao mar

Muitas vezes eu fui salvo

O agora só o tempo decidirá

Quero esvanecer esta dor

Engastada no meu âmago

Destituida nas cartas de tarô

Alocada em um gélido cântaro

O malogro teve poder de persuasão

Quando foi mimetizado sobre a pele

A tormenta é só a insurreição do tritão

Jactante aquele que sucumbe sem verve

O recôndito abre as comportas

Imerge o coração no véu cristalino

Uma torrente que irrompe até a doca

E me esfacela sem muito burburinho

O último fôlego chega ser perdulário

Na lúgubre sombra de subterfúgios

É dispensável qualquer estardalho

Pois não se trata de outro dilúvio

Era vida já algum tempo lívida

Sem o mesmo afinco do regedor

Mas ainda com uma certeza nívea

Do vetusto disperso que se entregou

Agradeço muito a interação poética do mestre e amigo Jacó Filho:

Agora que nada sentes,/Preferes manter distância./Entre outras relevâncias,/Cobra promessas pendentes...///

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 27/07/2021
Reeditado em 28/07/2021
Código do texto: T7308551
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