PASSOS AÇODADOS

Ó gloriosa morte

Leve-me em seus braços

Pois sou desafeto da sorte

E sustentáculo do fracasso

Recolha no seu carretel

A linha tênue que é a vida

E colecione mais este troféu

Na caçada implacável e furtiva

Cessa a luz dos meus olhos

E mostrai-me a plena escuridão

Já que o sofrimento é compulsório

E meu coração foi consumido em carvão

Não poderá inebriar-se de sangue

Mas sentará a mesa para seu banquete

E não cometerá os erros de um principiante

E o recalcitrar do despojo de vida é teu deleite

Despedace meus ossos e as escoras

Para que eu não fique debatendo em vão

Pois aquele que de sentimento pede esmola

Em teu leito desfrutará do pernicioso galardão

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 21/06/2021
Reeditado em 22/06/2021
Código do texto: T7283891
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