Veleta
O vento gelado
que corre rasteiro
do fio afiado
um corte certeiro
Memórias em embalos
me atingem em torrentes
não me deixam intervalos
não afrouxam suas correntes
Eu vivo de novo
então revisito a saudade
em pouco me movo
e já desavisto a tranquilidade
Em um instante, nada me resta
um piscar de olhos, e onde estou eu?
pelo medo do amanhã, o passado me infesta
e sem ter onde voltar, até o próprio se perdeu
O tempo vira
o céu se fecha
A voz vacila
a canção cessa
O peito oscila
a mente pesa
A paixão, míngua
e o vento leva
Como o grito de socorro, que pelo vento se perdeu.