Sobre a morte

Onde será que a morte vai me encontrar?

Será que ela tá ali na esquina,

esperando eu sair de casa

para me segurar e levar minha alma

para algum lugar?

Ou talvez ela vá bater na minha porta

e vai entrar sem pedir licença,

vai me puxar do descanso e me levar

para a eternidade?

A única certeza que tenho é de que irei encontrá-la,

mas nem sei quem é direito,

será que morte é realmente o seu nome?

Ou é algo inventado para representar

um ser que não conhecemos?

Eu fico me perguntando o que tenho que fazer

para ser completo em um tempo tão complexo,

eu tenho fazer algo para ser algo e não tenho tempo

pois a morte, ela vai apagar todos os meus momentos.

E eu terei que me contentar com a possibilidade

de pelo menos um ser se lembrar de mim.

Dizem que sempre estaremos vivos nas memórias dos outros,

talvez seja o único destino de nossas vidas nessa existência,

termos imagens guardadas, engavetadas, uma vida toda

que servirá para pequenos momentos de raiva e risadas.

Pior ainda é saber que passou-se tanto tempo

se esforçando por alguém que te explora

e no final a sua única memória deixada

são seus dados numa rede artificial.

Mas talvez todo esquecimento valha mais a pena

do que viver uma vida em que se está impedido

de viver toda a sua essência.