Ossário
No escuro mudo
estala
um vazio lancinante
— eles se foram, mas eu fiquei em mim
sob sete palmos de lembranças.
Em casa, o pé-direito pontual
a impedir que o ontem sobreponha o hoje.
Será possível medir
o desalento por metro quadrado?
Eles me sorriem dos porta-retratos
e eu, pacientemente, espero a minha vez.
Poema publicado em ocasião do 4º Concurso Internacional de Poesias - Prêmio Cecília Meireles - na Revista Inversos (2020).