Ossário

No escuro mudo

estala

um vazio lancinante

— eles se foram, mas eu fiquei em mim

sob sete palmos de lembranças.

Em casa, o pé-direito pontual

a impedir que o ontem sobreponha o hoje.

Será possível medir

o desalento por metro quadrado?

Eles me sorriem dos porta-retratos

e eu, pacientemente, espero a minha vez.

Poema publicado em ocasião do 4º Concurso Internacional de Poesias - Prêmio Cecília Meireles - na Revista Inversos (2020).

Lidiane Santana
Enviado por Lidiane Santana em 16/04/2021
Código do texto: T7233428
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.