Redução e ascensão

Não te admire quando me ver

Não te assuste com meu desvanecer

Um dia fui alvorecer

Agora, aos poucos, entardecer

Já fui grande, já fui completo

De amigos, festas, risos, repleto

Hoje, reduzido, fraco, um objeto

Devagar e aos olhos de pena, fico obsoleto

Meus pensamentos divagam pelo labirinto,

da ânsia de não saber se morro ou se sobrevivo,

se sofro ou se alivio, se grito ou silencio...

E vou me agarrando à sede de ficar, meu instinto

Mas a dor é cruel e consome, digere a matéria

A alma, cansada, começa a se levantar

E no último ímpeto do existir, deixar esta miséria,

o suspiro é intenso e a vida, este corpo, abandonar.

Diego Rasalas
Enviado por Diego Rasalas em 29/03/2021
Reeditado em 29/03/2021
Código do texto: T7219048
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.