caixa torácica

mergulha na pupila da noite

e não há outro lugar onde queira estar

a escuridão úmida lhe envolve

na pele fina do miocárdio

um nome

um rosto

os átrios teimam e se inundam desse sonho lúcido

dessa presença cálida

a voz rouca de manhãs

a ponta do dedo a tocar o rosto

a boca que sela a palma da mão

no engodo do dia

uma lágrima assombra os corredores deste palacete de alabastro

mausoléu

caixa torácica

*

Publicada na Revista Piúna

2ª Edição