Pulsão de Morte
Há algo na mais nefasta dor que abriga a essência do homem.
Numa letargia contaminante, que traga qualquer vontade que tal ser venha a ter, ele se regozija.
Tentar, sempre e sempre, retornar ao momento anterior de sua existência.
E se indagará:
"Que momento,
Atrevo eu a pensar,
Poderia ser tão magnânimo
A ponto de me fazer cogitar
A deixar tudo que já amei?"
"A que momento,
Ouso eu me perguntar,
Tão estonteante que seria,
A ofuscar o meu olhar?
Ofusca meu olhar, impedindo-me de o contemplar. "
Que momento derradeiro! Preciso, imediatamente, o tocar.
Sentir em minha própria pele, o não sentir.
Sentir em minha própria alma, o seu esvanecer.
Sentir em meu próprio ser, sua dissipação.
Talvez assim, eu sinta de vez que, um dia, já estive realmente vivo.