XLVII - Nevermore - Ethos de uma Alma Invertida

Lancei maldições ao

Anjo (antes imaculado)

Vulgar de asas encardidas,

Cujo sorriso emanava uma

Luz fraca e bruxuleante...

Luz hipnótica e torpe.

Suas asas foram queimadas

E sua aura divina se apagou,

Revelando sua natureza enganadora,

Tal como a luz da lâmpada é não-natural.

Seu rosto, como pedra, ainda

Preserva o sorriso ludibriador

Como se ainda quisera

Arrebatar o mundo inteiro.

Convoquei os vermes da

Terra para que devorassem

A sua tenra carne jovem e,

Para que nada lhe restasse.

Conjurei os vermes astrais

Para que devorassem a sua alma.

Vi sua carne esburacada,

Vi sua alma igualmente perfurada,

Não te ergas mais!