A lavoura de overdose
Na vórtice dos pensamentos semeio comprimidos em meus campos de angústias.
Planto-os em minha terra interior
e espero a vida desvelar donde
jaz suprimida.
Inda que tudo pareça estéril dentro de mim, penso que a terra há de ser regada com os mares que salgam o meu rosto.
Por um momento esqueço-me da esterilidade adjacente e de todas as tempestivas crises depressivas.
Esqueço-me que agora planto as sementes para ver brotar a grandeza obscena do meu fim.
Hei de ver a última primavera das sombras,
E a poesia confinada em mim, vingará imensas árvores feitas de sangue.