Ainda não valsei
O revólver na vitrine
Promete alívio instantâneo...
Os prédios altos me convidam
A voar...
As lâminas afiadas tentam meus pulsos
À carícia de seu toque...
Os comprimidos todos prometem
Um sono profundo...
Os carros me desafiam a deter sua louca marcha
Com a força de meu corpo...
Há de ser assim, pois os tempos mudaram
Já não há mais cicuta,
O arsênico anda escasso...
O concreto baniu as árvores altas, o suficiente
Para se armar uma forca...
A noite chega, com seus perigos intensos
A bela Dama de Negro me chama para a dança
Uma valsa envolvente e interminável...
Entre nós, uma esperança burra
Que dói fundo,
Mas insiste, insiste, insiste...