Poema que escrevi na cama do hospital
DÍSTICOS DISTÓPICOS
Utopia negativa, teu real exorto
Tou ligado tristemente no teu ponto morto
Vil megera alucinada, trágico clichê
Eu me ligo apelativo no teu ponto G
Rupturas e feridas no meu tosco ego
Tudo isso eu escondo no teu ponto cego
Sou assim remanescente, salvo por um triz
Da incógnita certeza do teu ponto X
Com napalm pintei os versos dessa obsessão
Solilíquida mixórdia em ponto de fusão
Separando e misturando nosso trigo e joio
Desnivelo atormentado o ponto de apoio
Dessa atípica ruína que extingue a vida
Faço com fenecimento o ponto de partida
E na undécima hora, acho que blefais
Despistando na cruz os pontos cardeais
Deslizas pela sala em vil contemplação
Com pontos hediondos de interrogação
Imagem ionizante ostenta o tumoral
Na aflita antessala do ponto final