É um suicídio, mas não o meu

Não é um poema qualquer

É um suicídio

Mas, não o meu

Sou apenas um espectador

De uma manhã de inverno

Com gritos pesarosos

Almas fora do corpo

Coração na mão

E a corda no pescoço

Porque tantos gritos?

Para que esse desespero?

Tudo foi programado

Sem erros

E o laço da morte foi cerrado

Uma palavra

Mas não para mim

Tudo o que paira é

Culpa, dor

E um ponto de interrogação

É... a um grito preso,

Uma vontade de colocar o mundo a baixo

Mas, pra que?

A escolha era dela

O seu destino ela traçou

E pulou.

Sim, foi um suicídio às 6 horas e 30 minutos

De uma manhã

Em plena segunda de inverno

A corda que prendeu seu pescoço,

Parece que ficou no meu pé

Puxando-me

Mas sinto muito, não posso ir.

Victória Reginna
Enviado por Victória Reginna em 06/12/2020
Reeditado em 09/12/2020
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