É um suicídio, mas não o meu
Não é um poema qualquer
É um suicídio
Mas, não o meu
Sou apenas um espectador
De uma manhã de inverno
Com gritos pesarosos
Almas fora do corpo
Coração na mão
E a corda no pescoço
Porque tantos gritos?
Para que esse desespero?
Tudo foi programado
Sem erros
E o laço da morte foi cerrado
Uma palavra
Mas não para mim
Tudo o que paira é
Culpa, dor
E um ponto de interrogação
É... a um grito preso,
Uma vontade de colocar o mundo a baixo
Mas, pra que?
A escolha era dela
O seu destino ela traçou
E pulou.
Sim, foi um suicídio às 6 horas e 30 minutos
De uma manhã
Em plena segunda de inverno
A corda que prendeu seu pescoço,
Parece que ficou no meu pé
Puxando-me
Mas sinto muito, não posso ir.