Vício de Sonhar
Eu jamais dormirei novamente
Saudade do tempo em que o sono
Me era roubado em noites de amor
Hoje a insônia é solitária e fria
Tantas garrafas de vinho a me aquecer
Nem tantas quanto os sonhos recalcados
Que renascem saturados de imagens enevoadas
De cores opacas próprias dos sonhos ruins
Pálidos tal qual o rosto dela
Esquálidos como minhas vestes
Digo e repito a quem interessar
Minhas saudades são tantas e tão fortes
Que só as posso mencionar no plural
Ainda que o amor dê cor à vida
Em dado momento a vai ceifar
Não sei o que me leva antes ao fim
O consumo estúpido de vinho
Ou o patético vício de sonhar