Túmulo vazio
Essa que com meu nome me condena,
Essa que noutro modo causa pena,
Se não há pena, há desagrado.
Essa roupa que meu corpo é desusado,
Esta madeira de pouco embalo,
Essa que a culpa ainda respiro,
Essa que o faz desabitado,
Essa que também desabrigado.
As rezas que me jogam vão ao acaso,
Os prantos que são tristes, solitários,
O mistério de estar vivo ou amarrado,
Nesta morte que só se faz mistério.
Corre o boato de corpo jogado,
Corre boato de túmulo vazio,
Essa que os faz desamparados,
Essa que me atribui nenhuma paz.
Nota: Essa = substantivo; catafalco.