LEMBRANÇA DE UM VAZIO

Meu peito contraiu

Me causando forte dor

Uma cortina negra cobriu meus olhos

E eu pude sentir, sim, eu senti

O toque gélido do desconhecido

Deslizando sobre minha pele

Me anestesiando por inteiro

Angustiado tentei, em vão

Me livrar das cordas da morte

Mas era tarde, muito tarde

A engrenagem do tempo já havia parado

Os ponteiros congelados estagnaram a vida

Bem diante dos meus olhos

Uma névoa densa e escura me abraçou

Ao longe, ouvi o choro da saudade

Ela insistia em me ter, sua voz me chamava

Mas o vazio de uma lembrança era tudo o que eu podia lhe dar.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 28/10/2020
Reeditado em 06/04/2021
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