Até logo e nunca mais
E para te falar, tenho poucas coisas.
Talvez a mágoa de nunca ter sido sua esposa.
O desgosto de morrer por você.
Minhas orações não terem sido ouvidas.
E para o ralo se vão agora
todas as minhas poesias.
Vou sem muita cerimônia,
Apenas um "até logo", para que não se oponha.
Não farei joguinhos nem voltarei atrás,
Apenas vou embora e tanto faz.
Não te pedirei mais nada,
Nem lhe deixarei desejos.
Só quero que se livre dos meus quadros
E não se lembre dos meus beijos.
E jamais entre naquele quarto,
Lá se foi meu peito farto.
Escrevo minha última carta,
Segurando forte a caneta,
Apenas mais um pouco
E se verá apenas minha silhueta.
Mentalizo poucos momentos,
E eternas lembranças
Deitam agora em sua esperança.
A te dizer, não tenho mais nada.
Só vou embora,
Encerrou-se minha jornada.
Minhas mágoas são simples e poucas;
Minhas orações não terem sido ouvidas
E não ter sido sua esposa.
Minhas poesias vão-se agora para o ralo
E finalmente,
Eu me calo.