Até logo e nunca mais

E para te falar, tenho poucas coisas.

Talvez a mágoa de nunca ter sido sua esposa.

O desgosto de morrer por você.

Minhas orações não terem sido ouvidas.

E para o ralo se vão agora

todas as minhas poesias.

Vou sem muita cerimônia,

Apenas um "até logo", para que não se oponha.

Não farei joguinhos nem voltarei atrás,

Apenas vou embora e tanto faz.

Não te pedirei mais nada,

Nem lhe deixarei desejos.

Só quero que se livre dos meus quadros

E não se lembre dos meus beijos.

E jamais entre naquele quarto,

Lá se foi meu peito farto.

Escrevo minha última carta,

Segurando forte a caneta,

Apenas mais um pouco

E se verá apenas minha silhueta.

Mentalizo poucos momentos,

E eternas lembranças

Deitam agora em sua esperança.

A te dizer, não tenho mais nada.

Só vou embora,

Encerrou-se minha jornada.

Minhas mágoas são simples e poucas;

Minhas orações não terem sido ouvidas

E não ter sido sua esposa.

Minhas poesias vão-se agora para o ralo

E finalmente,

Eu me calo.

Maria R Montozo
Enviado por Maria R Montozo em 26/10/2020
Reeditado em 02/07/2024
Código do texto: T7097047
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