A morte.
Tão bela e adormecida.
Em sua égide afinal.
Tranquila e mortal.
A morte sem vida.
Frígida e vivida.
Tão natural.
Quiçá tenhamos vividos.
A cada a amor uma morte.
Um suspiro fatal.
Nem tenhamos percebido.
O seu ósculo marital.
Talvez, um dia desperte.
Quebrando como cristal.
O afeto se parte.
O carinho escape
E a morte renasce na face.
Sem disfarce.
Se aparte o amor.
Que um dia sorriu.
Mas, hoje como desastre.
A morte surgiu.
Nas lágrimas de quem partiu.
No peito de quem se feriu.
A morte vil.
Sempre injusta.
Tão senil quanto a própria palavra.
Seja, também, justa.
De um amor que nunca existiu.
Percebo sem medo.
Revelo seu segredo.
Oh! Morte.
O amor tem mesmo um pouco de ti.
(Almeida, M. M. de)