A morte.

Tão bela e adormecida.

Em sua égide afinal.

Tranquila e mortal.

A morte sem vida.

Frígida e vivida.

Tão natural.

Quiçá tenhamos vividos.

A cada a amor uma morte.

Um suspiro fatal.

Nem tenhamos percebido.

O seu ósculo marital.

Talvez, um dia desperte.

Quebrando como cristal.

O afeto se parte.

O carinho escape

E a morte renasce na face.

Sem disfarce.

Se aparte o amor.

Que um dia sorriu.

Mas, hoje como desastre.

A morte surgiu.

Nas lágrimas de quem partiu.

No peito de quem se feriu.

A morte vil.

Sempre injusta.

Tão senil quanto a própria palavra.

Seja, também, justa.

De um amor que nunca existiu.

Percebo sem medo.

Revelo seu segredo.

Oh! Morte.

O amor tem mesmo um pouco de ti.

(Almeida, M. M. de)

Almeidamel
Enviado por Almeidamel em 19/08/2020
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