O POÇO
Quem deu um boa noite
E disse de que valeu o dia
Onde se vê o brilho da foice
Da vida não vê as maravilhas
Que das tentativas veio o erro
Guardou em silêncio as lágrimas
Veio o medo e caiu em desespero
Onde foram parar as ditas dádivas
E neste quarto frio e solitário
Vou pagando a minha penitência
Aceito o convite do tempo perdulário
Das minhas escolhas peço indulgência
Sei que um dia não é igual ao outro
E que a vida por vezes se paga
Mas comigo só deu o troco
Com muitas balas de prata
Hoje o sorriso é o meu desafeto
E a tristeza o livro de cabeceira
Quando eu quis ficar tão perto
Só avistei uma ribanceira
Talvez na areia movediça...
Eu tenha me enterrado até o pescoço
Acreditando que ainda há uma premissa
Quando já me via refletido dentro do poço