Descanse, vou partir.

Descanse, vou partir.

As chagas invadem meu corpo,

O desespero de partir,

Trás em minhas lembranças o nada que fui,

Afloram desejos de querer ser mais para ti,

Mas, eu desfaleço nos braços da noite,

Sob o açoite do querer que se desfaz,

A vida que me deixa, talvez eu nunca a tenha querido viver,

Agora que a procuro, ela foge de mim.

Sem força nas pernas para poder buscá-la,

E também nos braços para abraçá-la,

Fugi do viver, agora vivo a própria morte,

Quisera conseguir enfrentá-la,

Com a força do não querer sucumbir,

Mas o não querer viver não permite que eu permaneça,

Tomou conta de mim.

As dores me invadem,

Junta-se à dor do amor que neguei,

Mas, o desespero da morte me faz querer te olhar,

Em um último momento,

Pedir que não haja lamento,

Sei agora que preciso ir,

Para você descansar.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 03/07/2020
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