O Estio - Com Gustavo Valério Ferreira
Poema escrito junto ao nobre amigo Gustavo Valério Ferreira:
Deitar-se em versos do mais ledo horror
ao descrever o tão cruel vazio
É como o altar do meu mais negro amor
chovendo os ais durante o crasso estio...
E em tua pele mórbida, um tumor
emurchecendo o teu mais belo brio...
Mas neste sórdido e perturbador
poema, apenas és um sonho frio.
Escravo preso ao teu condão medonho
concedo o amor ao sangue que despejo
enquanto quedo, afundo nesse sonho
e perco a essência para o teu desejo...
Estarrecido, a mão no peito ponho...
Sob tua pólvora a este mar rastejo
ensaguentado e fraco, mas risonho
eu solto um cuspe em teu boçal cortejo!