CEMITÉRIO ANTIGO
A máquina captura o momento,
Tudo em seu devido lugar.
Luz do sol, formigas em movimento
E o vento na folha, pesado,
Feito pedra de lagar.
Na inscrição da lápide a ferrugem
Corroendo por fora a memória.
Um vaso trincado e rosas inúteis
Compõem o quadro,
Funesta história.
E o anjo pálido que o sol alcança
Na sombra movimenta as asas,
Enquanto a dama fria avança
Feito geada por cima das casas.
Depois tudo é noite,
O canto, o lamento.
Os sonhos, os risos,
As roupas caras,
Palavras não ditas
Completam o quadro;
Esquecimento.