CEMITÉRIO ANTIGO

A máquina captura o momento,

Tudo em seu devido lugar.

Luz do sol, formigas em movimento

E o vento na folha, pesado,

Feito pedra de lagar.

Na inscrição da lápide a ferrugem

Corroendo por fora a memória.

Um vaso trincado e rosas inúteis

Compõem o quadro,

Funesta história.

E o anjo pálido que o sol alcança

Na sombra movimenta as asas,

Enquanto a dama fria avança

Feito geada por cima das casas.

Depois tudo é noite,

O canto, o lamento.

Os sonhos, os risos,

As roupas caras,

Palavras não ditas

Completam o quadro;

Esquecimento.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 29/05/2020
Código do texto: T6962016
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