A MORTE DO POETA

Papéis jogados no chão,

O sangue ainda a escorrer.

Na escrivaninha a caneta

De quem não pode mais escrever,

Anuncia ao mundo como seta

Apontando para o poeta,

No chão acabando de morrer.

A cena que eu vejo ali

despedaça o meu coração.

Não mataram apenas um poeta

Apagaram a voz de uma nação.

Eu imploro que façam a coisa certa,

Aquela cena toda me inquieta,

Me dói ver minha alma no chão.

Morre com o poeta, com o escritor

O que ele não disse e não escreveu.

Uma voz calada para sempre,

Muitos gritos e agitos ceifados.

É a morte da alma e da mente,

Morre com ele um pouco da gente

E de nossos sentimentos silenciados.

Retiro-me daquela cena de crime

Sem ao menos saber quem o matou.

Gritando para o mundo a sua morte,

Implorando a voz que alguém calou.

Mas o mundo observa-me mudo

Isso é inacreditável, é um absurdo!

Eu preciso saber quem me matou.

Nilson Rutizat
Enviado por Nilson Rutizat em 19/05/2020
Reeditado em 19/05/2020
Código do texto: T6952279
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