Vida e morte
Vida e morte
-Ah! Todo dia, jovem quero ser
Beijar às papoulas das rosas
Apertar às carnes voluptuosas
De desejo e amor padecer!-
-Como cadáver, padeço no frio
Sombrio... Sombrio...Sombrio...-
-A lápide de pedra te espera
As rosas ficarão podres
Os corpos com gases, odres-
A larva belicosa revela.
-Mas como ? Se a vida é bela
Se vivemos no paraíso
Basta ver todos os sorrisos
Coloridos, como uma aquarela!-
-A rosa ficará sem seu orvalho
E o seu recôndito galho
Miserável, há de apodrecer...
Há de ficar podre e cinzento
E os bichos famulentos
Vai fazer o "osso" aparecer!-
-As rochas de cores opalas
Hão de ser nosso barbacã
Protegendo-nos do afã amanhã
Como são, das flores, as sépalas!-
-Não há de proteger da dor o nascido
Nada alenta o seu gemido
E sua dor eterna, infinda...
Ninguém ouve seus choros
Teus brados em dolorosos coros
E a morte há de lhe cessar ainda!-
-Aqui, ninguém desdenha
Só há bons corações
E a principal fala dos ermitões
É "Deus te ame, Deus te tenha"!-
-Cadê Deus que não me ouve ?
Se um dia, Deus, Deus houve
De amar à humanidade
Este dia não aconteceu...
Só desgosto... e seu apogeu
Esta com os indigentes da cidade! -
-Ama Deus, ele é o consolo
Ele é a forma mais precisa
Do Ser que se transcedentaliza
O silvo, o trom, o arrolo...-