Galeano no silêncio do templo
A capela está vazia.
Todos gritam lá fora.
Ninguém ouve.
No silêncio absurdo
Os ruídos na madeira antiga
Mostram rastros do profano
A pisotear as veredas do tempo.
Já não há sentimento. Há pressa.
E o que de fato interessa
Não está em templo algum
Mas nos muros molhados.
Veja, a morte vem mesmo para quem delira.
Qual vai ser a chance do amanhã
Se acaso tudo pairar numa sórdida dor
Que consumida pelo pecado
É vista por atordoados
Como alegria vã?
Veja, se até um galeano se arrepende
Há pouco de sua morte
Não há utopia que se estende
Quando trata de própria sorte.
Ah, pode ser que existam sujeitos
Aqueles que insistem em ser antigos
E talvez esses versos condoídos
Façam algum sentido.