A cidade do Nada

Todos calmos permanecem,

Nenhum tumulto se vê.

Já ninguém faz mais alarde

De manhã ou pela tarde...

E à noite, ir dormir, por quê?

Já não se ouvem as vozes

De algazarra e cantoria;

As danças também cessaram,

Pois os pares se apartaram,

E dormem na terra fria.

Lá todo mundo é igual:

Não há rico ou pobre ali.

Prazer nenhum lá existe,

Nem há gente alegre ou triste,

Ninguém chora e ninguém ri.

Ninguém sabe o que é amor,

Ou sentimento qualquer,

Pois no crânio dessa gente

Não existe mais uma mente,

Para sentir ou querer.

Ali não se busca a Deus

Para ter o livramento;

Também não mais há perdão,

Por não se ter coração

Para o arrependimento.

Ninguém louva mais a Deus

Na cidade de ninguém...

Quem já louvou, poderá

De novo ao Senhor louvar

Na nova Jerusalém.

Muitos não têm esperança

Ao descerem para lá,

E quando a noite do mundo

Se encerrar, no caos profundo,

Não sairão desse lugar.

Quando zerar o relógio

Do tempo, e Cristo voltar,

Muitos túmulos se abrirão

E os salvos ressurgirão

Para irem ao novo lar.

Mas no juízo final,

Ouvida a ordem do Eterno,

Outros túmulos se abrirão

E os perdidos surgirão

Para o fogo do inferno!

Juazeiro, 04 de agosto de 2014.

Humberto Cláudio do Patrocínio

Humberto Cláudio
Enviado por Humberto Cláudio em 27/03/2020
Código do texto: T6898608
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