UM PANORAMA DESOLADOR

Triste panorama é a terra:

Tão escassa de almas encorajando o ardor

De uma fé salvadora na divindade!

Enquanto isso, uma sombra de morte

Passeia pelos confins do mundo

Para infundir total terror

Em seus habitantes estremecidos

Pelo desconhecido que se oculta nas sombras.

Um algoz destemido assola até mesmo os homens

Mais preparados, robostos e perspicazes.

Em todas as partes se rulmina o mesmo assunto...

E uma onda de confusão

De informações desencontradas

Transitam aqui e ali para desnortear

Quem foi pego desprevenido

Por essa ameaça global recém alarmada.

Pessoas ficam confinadas nas suas casas

E muitos ficam consternados pela evidência

De assassinos silenciosos

Que rondam as moradas das almas.

As portas abertas dos templos

Se fecharam por um tempo indeterminado

Para proteger cada pessoa

De um possível contágio silencioso;

Para, enfim, precaver as vidas dos laços da morte

Que intenta infestar as entranhas

Dos mais vulneráveis

Com os seus flagelos devastadores.

Assim se cria um mundo repleto

De desespero generalizado e de histeria coletiva...

Alguns, na sua indiferença,

Bebem as suas derradeiras taças

Sem esperar nada do seu amanhã.

Outros, se desesperam e choram lastimosos

Com essa enorme fatalidade que luta

Sem pestanejar e sem dar tréguas

Como armas de guerra extremamente potentes,

A fim de dizimar povos inteiros

E roubar a esperança de tantas vidas inocentes

Perdidas na desolação de sua insegurança.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 16/03/2020
Reeditado em 20/03/2020
Código do texto: T6889056
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