Fumante
um vício tão profundo
e no poço, lá no fundo
você se encontra
desesperado
em busca de abrigo
desamparado
sem ninguém contigo
sua alma que antes cheia
agora se encontra vazia
agora só habita fumaça alheia
uma dor no pulmão
respiração forte
ofegante, bate forte coração
mais perto da morte?
cada tragada
uma angústia
a boca amarga
o gosto que fica
se manifesta
e sua morte
celebra se em festa
cada lágrima derramada
cada "eu avisei" dito
cada pessoa largada
chorando por seu bendito
bendito desobediente
que com isqueiro na mão
e o cigarro entre os dentes
acende uma chama, uma luz
talvez a última, você deduz.