CÂNTICO DOS MORTOS
Sofri, e como sofri
Quanto me desesperei
Quanto me senti sozinho
E isolado nessa escuridão.
Me esbaldei de todos vícios
Retirei todos os privilégios
Esnobei todas as ajudas
Trouxe dor a todos os lados.
Vivi intensamente
Desvirtuei-me de todo amparo
Abracei toda a violência
Deletei-me de todo sofrimento.
Desliguei de todo meu passado
Eliminei todo o meu futuro
Ignorei todo o meu presente
Arrependi de tudo que cometi.
(SOUZA, Éderson – 22 de setembro de 2019)